sábado, 25 de agosto de 2012

Ser ou estar

Ser ou estar

Agradeço a Deus por ter o dom de ver e me emocionar com as coisas aparentemente simples. Pode ser uma pedra, uma nuvem passageira a se transformar no céu ou com uma folha seca no chão.
Um papel em branco me chama a escrever, mas sobre o que posso falar a não ser das minhas experiências? A quem elas podem interessar? Para que elas podem servir?
Sei lá, que seja só um desabafo.
Coisas aparentemente inexpressivas, que passam despercebidas ao olhar de uma pessoa comum, para mim, são verdadeiros tesouros.
 O preço cobrado por ser sensível é muito alto, difícil de administrar, às veze exige um equilíbrio mental que pareço não ter.
É como se visse e sentisse tudo a partir de uma lente de aumento, logo tudo é amplificado sem discriminação, o positivo e o negativo também.
Não sei mais se sou triste ou se estou triste, se sou louca ou estou louca. Poderia fazer uma lista muito extensa de sentimentos e sensações que se confundem, mas não se diluem.
Um dia, um aluno adolescente que passava por mim no corredor da escola, olhou para mim e disse:
– Nunca vi uma mulher com um olhar tão triste.
Por que esse comentário? Se por brincadeira, o que ele ganharia com isso?
Observo minhas fotos mais antigas e o olhar triste está sempre presente, mesmo que simultaneamente apareça um sorriso estampado no rosto.
Quero deixar a tristeza de lado, procuro não valorizá-la, mas não adianta, ela está lá, sempre à espreita para entrar em ação e me deprimir.
Ah tristeza! Companheira de toda uma vida, andemos de mãos dadas, mas não me machuque mais. Vamos juntas espiar as coisas lindas que há, não percamos mais tempo ao nos deparar com as coisas ruins que não podemos evitar, nem mudar.
Vem comigo tristeza, deixe-me te mostrar a beleza que há em uma simples pedra do caminho, em uma nuvem a passar ou em uma folha seca a voar.