sábado, 21 de julho de 2012

Matofobia

Do meio do nada, ou de entulhos que sufocam a terra, eles teimam em brotar.
Não recebem cuidados especiais como: água, luz, terra especial ou adubos.
Desprotegidos dos efeitos extremos do clima como: calor, vento, frio ou geadas.
Estão ali no meio de destroços e ninguém os olha ou dá atenção.
Podem ser grandes, às vezes pequenos e até minúsculos.
Nós os chamamos de matos e os depreciamos.
Não somos capazes de parar nem um instante para vê-los.
Por quê?
Tenho certeza de que se eles estivessem plantados em vasos pomposos, expostos nas prateleiras de floriculturas, com nomes exóticos em latim, todos reparariam na sua existência e até pagariam altas somas em dinheiro para obtê-los.
Até com as plantas existem modismos, uma hora são as orquídeas, de preferência as que têm hastes longas com suas flores brancas, pois são bonitas e mais acessíveis. Existem os que preferem os lírios, as rosas ou as apelidadas de “flores do campo”.
São muitas variedades, mas nunca vi ninguém falar ou dar valor as flores silvestres.
Falo daquelas que teimam em nascer, sobreviver, que vivem no ostracismo e no anonimato.
Seria mais um tipo de preconceito? Matofobia!





















segunda-feira, 16 de julho de 2012

Falhei com "minhas meninas"


Uma falha
Queria semear tulipas em volta da minha casa nova, obviamente não o fiz, pois não estou na Europa e nosso clima não permitiria que elas germinassem.
Decidi plantar gazânias, afinal elas são notáveis para canteiros e também toleram baixas temperaturas.
Comprei incontáveis mudas de todas as cores.
Chamava-as de “minhas meninas”.
 Misturei terra preta e adubo com a terra nativa, para enriquecer o solo.
Plantei-as de maneira que as cores ficassem intercaladas, defendi-as dos ataques permanentes das formigas, reguei-as uma a uma e assim cheias de mimo elas foram crescendo e florindo.
Quando estavam lindas e viçosas, chegou à época das chuvas e para minha tristeza e decepção, as gazânias foram melando e morrendo.
Por quê? Porque a burra aqui não percebeu que o local escolhido não tinha o escoamento de água adequado para elas, o terreno empoçava.
 Falhei com elas, mas consegui salvar umas poucas mudas e aprendi a duras penas, que o amor e a dedicação não bastam, tem que haver conhecimento e planejamento para que se tenha sucesso.
Isso se aplica a vida humana? Nem sempre, porque existem os imprevistos e esta palavra em si, já diz tudo.
Como se preparar para o inesperado, para a deslealdade e para a falta de ética?
Seria conhecendo as pessoas, depositando confiança no semelhante?
Impossível! Eu estou convencida de que o inesperado só acontece para com os crédulos, despreparados, sem malicia, mais conhecidos como otários e trouxas.
Acho isso degradante e covarde, mas não há solução.
Você se encaixa na classe dos otários e trouxas como eu?
Prepare-se, pois a caminhada é longa e árdua.
Apesar dos meus erros ao plantar meus canteiros com gazânias, algumas eu consegui salvar, trocando-as de lugar. Simples assim.
Moral da história? Isso depende de sua interpretação.
Enquanto você tira suas próprias conclusões contemple as fotos das “minhas meninas” que consegui salvar.