Divididos
em castas, percebe?
É
isso que a mídia e a sociedade esperam de nós, que nos dividamos em pequenas e incontáveis
castas. Castas doentes, decadentes, fanáticas, digladiando-se entre si e sem
controle algum.
Por
política, por religião, por etnia, por classe social... Qualquer motivo que nos
faça ver o outro com um inimigo perigoso e imbatível.
Batalhas
são travadas por inocentes insuflados por ódios alheios.
Não
sei você, mas eu estou assustada, decepcionada por ver o rumo que a vida está tomando
e vendo que seres humanos são verdadeiros títeres nas mãos das forças opressoras.
Valores
e bons costumes estão fora de moda. Ética, educação, princípios, respeito,
decência, companheirismo, solidariedade, responsabilidade, gratidão, perdão, direitos,
deveres, honestidade, honra, justiça, amizade, amor... Por onde andam? Voltem,
por favor.
Em
quem confiar? Em que confiar? Onde está escondida a verdade?
Ganância
sem limites, promessas não cumpridas, deslealdade, intolerância, covardia,
medo, insegurança... Vão embora! Um tempo, por favor.
Bebês
abandonados em lixeiras, crianças trabalhando e sem infância, juventudes
roubadas de seus sonhos, adultos desempregados e sem esperança, anciãos
abandonados ao Deus dará. Em mim, isso ainda dói. Serei humana ou uma
extraterrestre deixada aqui por engano?
Preconceito,
prejulgamento, prepotência, presunção...
Acredito
que tudo tem um motivo, goste dele ou não.
Importam receitas caóticas, ultrapassadas,
vindas do exterior. Música, moda, artes, educação, política... Até o nosso
vocabulário vem sendo substituído por termos estrangeiros, sem necessidade
alguma. Isso é uma temeridade já que
possuímos um vocabulário muito risco, extenso e até com palavras que desconhecemos.
Não
quero falar sobre o caos político pelo qual o país passa, pois eu já vi e ouvi
o suficiente para décadas de tristeza.
Tenho
a impressão de que as pessoas começaram um jogo terrível, uma disputa doentia,
de quem é mais infeliz, de quem é mais injustiçado, de quem é mais perseguido.
Creio
que se a coisa continuar a fluir por aí, o final será triste.
Usarei
como exemplo algumas passagens que aconteceram comigo.
Ao
chegar ao Brasil, em navio no Porto de Santos, vi um homem muito negro, coisa
que para mim era novidade, óbvio que uma criança com sete anos olha sem
maldade, sem censura. Pois o tal cidadão me perguntou através de gestos se eu
tinha gostado da cor dele? Tímida que era fiquei muda e assustada. Ele me disse para passar limão no corpo todo
e ficar ao sol. Isso é conselho que se dê para uma criança de sete anos? Vocês
sabem as queimaduras que o limão provoca na pele quando exposta ao sol.
Quando jovem me apaixonei por um rapaz afro
descendente que estudava na minha turma e ele ao saber mandou o seguinte recado:
Ele não namorava brancas azedas.
Anos
depois fui assistir a um show no antigo Canecão de um conjunto só de afro
descendentes. Nunca tinha visto tanto racimo, ódio e preconceito juntos. E olha
que eles estavam se apresentando para uma plateia na qual a grande maioria era
branca. No mínimo eles foram desrespeitosos.
Durante
a minha vida sofri bastante nas mãos de muitos verdugos. Fui humilhada e maltratada
tantas vezes que perdi a conta. Ora porque não falava o português, ora porque
minha mãe me vestia diferente das crianças daqui, ora porque era gordinha, ora
pelos meus cabelos lisos e longos, ora porque era argentina... Eles tinham
muitos motivos para me causar danos.
E daí? Essas coisas acontecem desde que o
mundo é mundo.
As
pessoas estão perdendo a noção de tudo e se deixando levar por discursos
geradores de ira e vingança.
Acordemos
de uma vez por todas antes que não haja volta.
O
passado deve servir como exemplo e não como moeda de vingança.
Não
carreguemos fardos desnecessários que foram criados por seres de pouca ou
nenhuma luz.
Que
tal viver sem se afastar destes pilares? Paz, luz, gratidão, amor, sabedoria,
bondade, solidariedade, paciência, aceitação e fé.
Nenhum comentário:
Postar um comentário