quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Vajante


Viajava sozinha no meu carro, não sei bem se poderia chamá-lo assim, pois ele tinha dois volantes, duas frentes, era multicolorido, conversível, não fazia barulho, flutuava, não havia a parte traseira como nos carros atuais, era algo bem futurístico.
Transitava por uma estrada estreita, muito acidentada e agreste. De repente surgiu à minha frente um túnel imenso.
Depois de algum tempo dirigindo dentro do túnel, ele começou a tomar novas formas. Ficou em um estado deplorável, como se tivesse sido abandonado no meio da construção e à medida que avançava a coisa só piorava. Ficou estreito, muito alto, lamacento, escuro, do teto caiam inúmeras goteiras, o piso ficara escorregadio e pedregoso.
De onde saia tanta água? O que havia acima do túnel? Um lago? Um rio? Uma represa?
Parecia que ia desabar a qualquer momento. O medo tomou conta de mim, queria voltar, mas não tinha como manobrar meu veículo. Só havia um jeito, a pé, mas a distância que eu percorrera dentro dele era enorme.
 Já sem alternativa, parei e comecei a caminhar em direção a entrada. Procurei por ajuda, mas nem uma alma viva, e para melhorar o celular não tinha sinal.
A esta altura o meu nome era Medo.
Apressei o passo o máximo que pude, só não deu para correr, pois sabia que um percurso longo e perigoso me aguardava.
Andei por muito tempo, quando estava esgotada, já sem força, do nada apareceu uma coisa parecendo uma saída. Tratava-se de outra pequena escavação à minha direita. Não tive dúvida, entrei sem saber aonde aquilo iria chegar.
 Naquele momento nada mais me importava, era uma saída daquele lugar horrível e supostamente me levaria a algum lugar.  
No estreito corredor, com pouca luminosidade, me aguardava outra surpresa. O chão era de terra batida misturado com pedras, duro e em declive. Nas paredes, de tanto em tanto, apareciam pequenas tochas que clareavam um pouco o lugar.
Depois de muito andar, quando pensei que estava chegando ao fim, apareceram à minha frente seres cavando. Eles não falavam entre si, nem perceberam a minha presença. Seriam surdos, mudos? Pareciam androides.
De repente, deparei-me com algo surpreendente, inacreditável, irreal. Um lugar imenso, comparando com algo que eu conheça no planeta, diria que era semelhante a Serra Pelada.
Aqueles seres estariam garimpando?
O único som que eu ouvia era o som das picaretas batendo por todos os lados. Eu estava dentro de um globo subterrâneo gigantesco, milhares de androides trabalhavam mecanicamente e sem ninguém no comando.
Vi ao longe uma mulher, que também parecia estar procurando uma saída. O único ser normal até então, ela veio em minha direção, nada falou e me seguiu. Por um momento tive a esperança de que juntas encontraríamos a saída.
A tal mulher, andava atrás de mim de uma maneira tão estranha que mais parecia um cachorro faminto me seguindo. Aquilo foi me irritando tanto, que antes de perder a minha paciência, parei, fechei os olhos, concentrei-me no meu objetivo. Respirei fundo algumas vezes, pedi a Deus que me protegesse e que permitisse que minha intuição aflorasse.
Após alguns minutos de concentração, comecei a olhar tudo ao meu redor tentando ver algo diferente, algo que fugisse do padrão lugar, algo que se destacasse do todo.
Não demorei muito para encontrar o que tanto procurava. Em um determinado ponto, bem distante, pude perceber que havia uma pequena trilha com uma ponte suspensa que levava até o lado oposto de onde estávamos.
Ao chegar do outro lado da ponte, havia um grupo de cinco homens parados. Estariam ali para socorrer-nos?
Um deles colocou-se à minha frente, parecia ser o líder, os outros se posicionaram atrás da minha companheira.
Ele era muito alto, forte, cabelos longos, castanhos e lisos, tez escura comoa de um índio e parecia não ter idade. Não pude ver seus olhos, pois usava óculos muito escuros. Vestia um traje marrom, de um tecido que desconheço, que o camuflava perfeitamente. Transmitia muita segurança, possuía algo diferente dos outros, irradiava uma energia boa e positiva.
Minha acompanhante falou pela primeira vez: – Ele nos guiará, é um excelente piloto.
Piloto? O que significava esta palavra naquele lugar? De onde ela o conhecia?
Não tive duvida quanto a segui-lo, minha intuição dizia que seria a última etapa da jornada.
Depois de um tempo chegamos a um riacho. Tínhamos que pulá-lo, mas não sei por que motivo, não podíamos tocar na água.
Pela primeira vez olhei para mim, como que me perguntando se conseguiria fazer aquilo. Foi então que vi que calçava botas e vestia um macacão marrom também. Aquela roupa não era minha, mas não sei dizer em que momento aquilo foi parar no meu corpo. E surpreendentemente, depois de tão longa caminhada, estava limpa, sem lama, nem resquícios do que eu já tinha passado.
De quem era aquela roupa?
Eu já estava tão apavorada, que aquilo me pareceu apenas um detalhe, o que eu ansiava era sair dali, o resto não me importava.
Nosso guia foi o primeiro a pular, tomei coragem e decidi segui-lo.
Olhei o córrego e percebi que a distância entre as margens era grande, que seria difícil atravessá-lo com um simples pulo, mas se ele tinha conseguido eu também podia.
Recuei, tomei distância, respirei fundo, sai correndo para tomar impulso, fechei meus olhos e pulei. Meus pés pareciam ter asas e eu praticamente levitei até a outra margem. Senti um prazer indescritível, o que acabara de realizar era inacreditável.
Agora faltavam a outra mulher e os homens. Pressenti que ela não conseguiria, fiquei preocupada. Eu estava certa, ela tomou impulso, molhou o pé direito na saída e ao chegar do outro lado, pisou em cheio na água com o pé esquerdo e escorregou. Ou seja, pelos meus cálculos a infeliz tinha queimado na largada e na saída.
Ela estava molhada!Nesse instante, o riacho se transformou em um rio caudaloso e a arrastou junto com os outros. Levou-os como se fossem folhas secas.
Tive o instinto de tentar salvá-los, mas o guia me impediu.
Fiquei apavorada. Quantas provas ainda teria que superar para conseguir a minha liberdade?
Agora só restávamos o guia e eu. Neste instante o guia parou, tirou os óculos e me olhou, para meu espanto seus olhos não eram normais. Os globos oculares eram enormes, totalmente translúcidos e azuis.
Gelei! Fiquei petrificada e atônita.
Ele não falou nada, apenas comunicou-se telepaticamente comigo e me acalmou. Queria que eu o seguisse, mas como, se eu não conseguia sair do lugar?
Postou-se ao meu lado e ambos levitamos a poucos centímetros do chão.
 Naquele instante percebi que eu era refém daquele ser. Perdi o medo, pois ele me transmitia segurança, com seus atos demonstrava que sabia o que estava fazendo.
Estávamos a muitos metros da superfície da Terra, quando chegamos a uma espécie de mirante. Este era todo protegido por um material que nos permitia ver através dele, mas a nossa presença não era notada do outro lado.
Não conseguia acreditar no que estava presenciando.
Longe de onde estávamos, havia uma cadeia de montanhas, todas cobertas de uma vegetação diferente. Ficamos ali parados olhando, era tudo tão belo, mas algo me dizia que não era só para ver as montanhas que eu estava ali.
Dito e feito, de repente começaram a sair de dentro das montanhas objetos luminosos que se dirigiam para a superfície da Terra.
Perguntei-lhe o que eram aqueles pontos luminosos?
Vocês chamam de óvnis. Meu guia me informava tudo, passo a passo, telepaticamente.
Sua última mensagem foi: – Agora que você já pode voltar para casa, espero que tenha aprendido algo nesta viagem.
Não sei como, nem o que ele fez, mas um instante depois eu estava fora daquele lugar, dirigindo um carro normal, em uma estrada comum, voltando para casa.
Fico me perguntando que experiência foi essa?
Foi como se eu tivesse sido manipulada o tempo todo, uma peça de um jogo, ou quem sabe fora um teste? O túnel barrento, a mina cinzenta, a travessia do riacho e finalmente o mirante com a vista intraterrena.
Foi como se estivéssemos dentro de um computador com alguém observando as nossas reações e habilidades.
Exatamente como a vida é na realidade, com testes, provações e medos a serem vencidos.
Superar a tal experiência, voltar à vida normal, é que foi difícil. Não poder compartilhar com ninguém foi a pior parte. Quem acreditaria na minha história?
As perguntas que não me saem da cabeça são: quando virão as próximas etapas, encontrar-me-ei novamente com o piloto?
Depois desta vivência, surgiram muitos questionamentos e eu ainda não sei as respostas.
Tenho certeza de que novas etapas virão e de que as vencerei.  Será verei o piloto novamente?

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Burrice? Loucura? Senilidade? Tudo verdade!



Dialogando com os meus eus.


Que burrice! Não existe eus.

– O dialogo é meu e eu quero fazê-lo com os meus eus. Dá licença?

–Não dou, odeio burrice, intitule o texto assim: Monólogo comigo mesma. Soa melhor, apesar de também ser absurdo. Bastaria só a palavra: monólogo.

– Não! Eu quero dialogar com meus eus.
Você por exemplo é apenas uma parte da minha mente, a razão.
É aquela coisa que fica pentelhando na cabeça da gente, que é crítica pura. Não passa de uma entre as minhas múltiplas facetas.


– Nossa! Quem é você que está no comando deste diálogo?

– Eu sou a dona da batuta, sou a maestrina desta merda e você se aquieta, quero pensar e não consigo. Não me interrompa mais.

.–Sim senhora Sabedoria

–Senhora Sabedoria é a puta que te pariu.

– Risos. Perdeu a linha camarada? Era só o que faltava, além de ignorante é metida.
Somos um ser só, a mãe que você está ofendendo é a sua, ou melhor, a nossa.
Desce do palco criatura!


– Caralho! Eu falo quantos impropérios quiser e você não tem nada com isso. Afinal de contas o dialogo foi ideia minha e você se meteu de enxerida, crente que é a dona da verdade e da razão.
 A fodona!


Fez-se o silêncio!


– Ah! Minha memória se perde entre tantos devaneios.
  É isso, minha memória! Ela está inquieta, pula de galho em galho, tal qual um macaco. Não consigo ler, pois não memorizo a linha anterior.
Passo os dias procurando coisas que não sei onde guardei ou onde larguei.
 Caminho inutilmente de um lado para o outro, ora correndo atrás do próprio rabo, ora que nem barata tonta.
Sei que não é o fator idade que está me influenciando negativamente; ou são os remédios ou é a doença.
Risos. Será que vou ficar piroca das ideias? Era só o que me faltava!
Também quero conversar com a minha doença, meus medos, minhas culpas e meus erros. Quero arrancar de dentro de mim tudo o que não presta o que é inútil e só pesa no esqueleto. Não quero fardos desnecessários.
Que merda! Quer saber não estou nem um pouco a fim de fazer uma faxina e muito menos de ficar bisbilhotando o passado.
Não quero pensar nem filosofar.
O passado que fique no arquivo morto e que leve junto com ele os fantasmas que as vezes teimam em me atormentar.
Do presente, só quero as coisas boas, algo assim, bem seleto. Do planeta só as noticias boas.
E de resto, que se dane o mundo que eu não me chamo Raimundo.


 –Raimundo! Não, ele não tem nada a ver com as suas loucuras.

–La vem você me perturbar outra vez, mas agora coberta de razão, troquemos por Sujismundo.

–Por falar em Sujismundo, você não vai sair em defesa do planeta?
Não vai falar das criancinhas abandonadas, da poluição, do desmatamento, das dores da natureza, do sofrimento dos animais, das guerras, das catástrofes, das atrocidades, da violência, da covardia...


– Vai tomar no olho do seu cu.
Fui bem clara e específica?
Não me torra a paciência porque agora o que eu quero é simplesmente sentir um pouco de paz e dormir. Se por um acaso houver a possibilidade de hibernar, melhor ainda.
Minha querida se for por falta de adeus ou de um bom palavrão, aqui vão eles: vai se foder, não me enche o saco e aproveita o tempo livre para me esquecer.
Adeus!
Tá ligada?!

Fui.

PQP SALVEM A SERRA DA CANASTRA INTEIRAAAAAAAAAA


JÁ ESTOU NERVOSA!
 
SÃO 16:00 E EU NÃO FIZ NADA ALÉM DE TENTAR COLOCAR ESTAS FOTOS, QUE ACABARAM SAINDO DESORDENADAS, DO TAMANHO QUE ELAS ESCOLHERAM, ETC., ETC., ETC.
 
PODEM ME CHAMAR DE IGNORANTE, MAS NA MINHA ÉPOCA NÃO HAVIA COMPUTADOR, EU FIZ O MEU MELHOR E SEM NINGUEM PARA ME AJUDAR.
 
ESTOU VELHA E O QUE É PIOR DOENTE, LOGO ME ENCONTRO DE MÃOS ATADAS.
 
 
FAÇAM A SUA PARTE, ENCONTREM UM CAMINHO, MOBILIZEM-SE DE ALGUMA MANEIRA EM PROL DO PARQUE NACIONAL DA SERRA DA CANASTRA E SEUS ARREDORES.
 
TEM TAMBEM A OPÇÃO DE FICAR ABESTALHADO SEM FAZER NADA, ESPERANDO QUE ACABEM COM O QUE TEMOS DE MAIS BONITO E VALIOSO NO BRASI:
 A NATUREZA.
 
TENHO DITO.

 PQP,K,M.
 
 
Viviana Moreira






 

Segunda parte: SALVEM O PARQUE DA SERRA DA CANASTRA

" CUANDO LLEGASTE APENAS ME CONOCIAS...

CUANDO TE VAYAS ME LLEVARAS CONTIGO..."

 

Segunda parte: SALVEM O PARQUE DA SERRA DA CANASTRA