segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Burrice? Loucura? Senilidade? Tudo verdade!



Dialogando com os meus eus.


Que burrice! Não existe eus.

– O dialogo é meu e eu quero fazê-lo com os meus eus. Dá licença?

–Não dou, odeio burrice, intitule o texto assim: Monólogo comigo mesma. Soa melhor, apesar de também ser absurdo. Bastaria só a palavra: monólogo.

– Não! Eu quero dialogar com meus eus.
Você por exemplo é apenas uma parte da minha mente, a razão.
É aquela coisa que fica pentelhando na cabeça da gente, que é crítica pura. Não passa de uma entre as minhas múltiplas facetas.


– Nossa! Quem é você que está no comando deste diálogo?

– Eu sou a dona da batuta, sou a maestrina desta merda e você se aquieta, quero pensar e não consigo. Não me interrompa mais.

.–Sim senhora Sabedoria

–Senhora Sabedoria é a puta que te pariu.

– Risos. Perdeu a linha camarada? Era só o que faltava, além de ignorante é metida.
Somos um ser só, a mãe que você está ofendendo é a sua, ou melhor, a nossa.
Desce do palco criatura!


– Caralho! Eu falo quantos impropérios quiser e você não tem nada com isso. Afinal de contas o dialogo foi ideia minha e você se meteu de enxerida, crente que é a dona da verdade e da razão.
 A fodona!


Fez-se o silêncio!


– Ah! Minha memória se perde entre tantos devaneios.
  É isso, minha memória! Ela está inquieta, pula de galho em galho, tal qual um macaco. Não consigo ler, pois não memorizo a linha anterior.
Passo os dias procurando coisas que não sei onde guardei ou onde larguei.
 Caminho inutilmente de um lado para o outro, ora correndo atrás do próprio rabo, ora que nem barata tonta.
Sei que não é o fator idade que está me influenciando negativamente; ou são os remédios ou é a doença.
Risos. Será que vou ficar piroca das ideias? Era só o que me faltava!
Também quero conversar com a minha doença, meus medos, minhas culpas e meus erros. Quero arrancar de dentro de mim tudo o que não presta o que é inútil e só pesa no esqueleto. Não quero fardos desnecessários.
Que merda! Quer saber não estou nem um pouco a fim de fazer uma faxina e muito menos de ficar bisbilhotando o passado.
Não quero pensar nem filosofar.
O passado que fique no arquivo morto e que leve junto com ele os fantasmas que as vezes teimam em me atormentar.
Do presente, só quero as coisas boas, algo assim, bem seleto. Do planeta só as noticias boas.
E de resto, que se dane o mundo que eu não me chamo Raimundo.


 –Raimundo! Não, ele não tem nada a ver com as suas loucuras.

–La vem você me perturbar outra vez, mas agora coberta de razão, troquemos por Sujismundo.

–Por falar em Sujismundo, você não vai sair em defesa do planeta?
Não vai falar das criancinhas abandonadas, da poluição, do desmatamento, das dores da natureza, do sofrimento dos animais, das guerras, das catástrofes, das atrocidades, da violência, da covardia...


– Vai tomar no olho do seu cu.
Fui bem clara e específica?
Não me torra a paciência porque agora o que eu quero é simplesmente sentir um pouco de paz e dormir. Se por um acaso houver a possibilidade de hibernar, melhor ainda.
Minha querida se for por falta de adeus ou de um bom palavrão, aqui vão eles: vai se foder, não me enche o saco e aproveita o tempo livre para me esquecer.
Adeus!
Tá ligada?!

Fui.

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