terça-feira, 10 de abril de 2012

Querer






Querer

Não quero falar o que já foi dito, nem escrever o que já foi lido.
Falar em vão, escrever em vão, sonhar em vão, viver em vão, neste momento tudo parece em vão.
Não quero perto de mim o ser humano que podendo atrapalhar, por que vai ajudar?
É difícil saber o que é certo ou errado, mas quando sabemos o que é certo, difícil não fazê-lo. Mentira! Sei que o vicio de fumar é errado, mas não consigo largá-lo.
Somos bilhões de pessoas que sabemos o que é certo e de um jeito ou de outro fazemos o que é errado.
Tudo parece sem propósito.
Meu ídolo já foi o Che, hoje é Dom Quixote. Não vejo nada além de moinhos de vento, que não giram mais, pois são inúteis quando há calmaria, estagnação e podridão. O ar que me envolve é fétido.
Não quero ler o que dizem os jornais, não quero ver telejornais, o ser humano me cansa com sua infinita criatividade voltada para o mal.
Onde está a evolução? Nos produtos eletrônicos e na comunicação? Grande piada é o que somos, usamos a evolução contra nós mesmos.
Somos títeres manipulados pelo cretinismo imperante que nos anula, que não nos deixa nem um propósito plausível.
Este tem que ser o último dos planetas no quesito evolução. Não quero acreditar que existam seres mais ignorantes do que os terráqueos.
Tenho que focar, ser analítica, racional, impessoal e imparcial. Tenho que entregar, ter calma e aceitar.
O correto seria algo assim como: viver com cara de paisagem?
Isso tudo é demais para mim, soa-me como que anular um ser extremista por natureza e transformá-lo em um hipócrita sem sentimento.
Não quero, não posso está além das minhas forças, logo só me resta uma solução: o afastamento.
Não quero ouvir, não quero sentir, não quero falar, não quero ver.
Neste momento só quero:
Ouvir? Só se for os sons da natureza ou boa música.
Sentir? Só a paz, o amor e a alegria.
Falar? Só com Deus.
Ver? Só arco-íris no céu e a natureza intacta.
Quero um escudo protetor, o equilíbrio, a diplomacia e a sabedoria.
Preciso salvar-me, amar-me sem medo, sem fardos e sem culpa.
E aí quem sabe eu possa voltar a viver neste mundo. Ver que tudo não passa de uma piada, de um momento, que comparados com a imensidão do universo não passamos de meras criancinhas, umas em busca da sabedoria, do agir com correção e outras fazendo maldades sem noção, sem importar-se com as consequências que virão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário