Teresópolis, maio de
2012.
Novas maneiras de sentir e ver
Ganhei um olho extra
que funciona como uma varinha de condão; ele ensinou-me uma nova forma de ver.
Sinto a beleza mais
próxima, palpável, ampliada, vejo o micro dentro do macro, entro em outra
dimensão.
O tempo? Também foi alterado, é diferente do
tradicional.
Quanto ao clima, ele
continua incontrolável, lindo, poderoso, admirável, é a fala da Mãe Natureza.
Neste instante, do
topo da montanha onde está situada a minha casa, vejo o frio chegar lentamente.
O céu que estava azul
veste-se de cinza.
As nuvens, que se
aproximam vindas do horizonte, são pesadas, densas e deixam cair uma chuva
tímida quase um orvalho, que de onde estou parece mais um véu. Elas se
aproximam vagarosamente e por onde passam deixam o rastro de uma paisagem
embaçada. Parecem decididas a ficar por um tempo, trazendo frio e umidade.
Os pássaros se calam,
é chegada a hora de se proteger. Até os cães da vizinhança se aquietam.
Faz-se um silêncio
incomum na Natureza, parece a Bela Adormecida aguardando o beijo do seu
príncipe para despertar e sair do que parece uma hibernação generalizada. Logo
o príncipe Sol voltará para beijá-la e então ressuscitá-la.
É a chegada a hora
curtir o inverno, ele se faz notar sem pressa e sem medo.
Sinto o frio subir
por minhas pernas penetrando no meu corpo.
Minhas dores aumentam,
não tenho como me proteger, eu quero ficar quieta e deitada em silêncio.
A cama por fazer, é
uma tentação irresistível, imagino-me embrulhada no cobertor, quentinha e sem
dor.
Posso registrar quase
tudo, com meu olho extra, que nada mais é do que a minha máquina fotográfica.
Tenho minha nova maneira de ver e sentir, porém não consigo sair do meu
quarteirão, levando comigo todas essas sensações boas.
Agora existem dois
mundos bem definidos e opostos, em um, eu encontro paz, harmonia, segurança,
amor, liberdade e no outro hostilidade, violência, deslealdade, falsidade,
covardia, etc.
Ridícula, infantil,
piegas... Não sei, mas é assim que estou agora.
Para quem não gostar do meu jeitinho novo aqui vai o meu jargão habitual:
Só lamento!
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