domingo, 13 de maio de 2012

Novas maneiras de sentir e ver


Teresópolis, maio de 2012.

Novas maneiras de sentir e ver



Ganhei um olho extra que funciona como uma varinha de condão; ele ensinou-me uma nova forma de ver.

Sinto a beleza mais próxima, palpável, ampliada, vejo o micro dentro do macro, entro em outra dimensão.

O tempo?  Também foi alterado, é diferente do tradicional.

Quanto ao clima, ele continua incontrolável, lindo, poderoso, admirável, é a fala da Mãe Natureza.

Neste instante, do topo da montanha onde está situada a minha casa, vejo o frio chegar lentamente.

O céu que estava azul veste-se de cinza.

As nuvens, que se aproximam vindas do horizonte, são pesadas, densas e deixam cair uma chuva tímida quase um orvalho, que de onde estou parece mais um véu. Elas se aproximam vagarosamente e por onde passam deixam o rastro de uma paisagem embaçada. Parecem decididas a ficar por um tempo, trazendo frio e umidade.





Os pássaros se calam, é chegada a hora de se proteger. Até os cães da vizinhança se aquietam.

Faz-se um silêncio incomum na Natureza, parece a Bela Adormecida aguardando o beijo do seu príncipe para despertar e sair do que parece uma hibernação generalizada. Logo o príncipe Sol voltará para beijá-la e então ressuscitá-la.

É a chegada a hora curtir o inverno, ele se faz notar sem pressa e sem medo.

Sinto o frio subir por minhas pernas penetrando no meu corpo.

Minhas dores aumentam, não tenho como me proteger, eu quero ficar quieta e deitada em silêncio.

A cama por fazer, é uma tentação irresistível, imagino-me embrulhada no cobertor, quentinha e sem dor.

Posso registrar quase tudo, com meu olho extra, que nada mais é do que a minha máquina fotográfica. Tenho minha nova maneira de ver e sentir, porém não consigo sair do meu quarteirão, levando comigo todas essas sensações boas.

Agora existem dois mundos bem definidos e opostos, em um, eu encontro paz, harmonia, segurança, amor, liberdade e no outro hostilidade, violência, deslealdade, falsidade, covardia, etc.

Ridícula, infantil, piegas... Não sei, mas é assim que estou agora.

Para quem não gostar do meu jeitinho novo aqui vai o meu jargão habitual:

Só lamento!

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