terça-feira, 15 de maio de 2012

Superar!


Superação 

Cheguei ao Brasil com sete anos de idade, óbvio já alfabetizada, sem saber nem sequer uma palavra em português.
 Tinha muita dificuldade com o novo idioma, na escola escrevia em espanhol o que ouvia em português. Darei um exemplo bem simples: A señora danzaba com frecuencia.
Que beleza de português, verdade? Acrescentando que nunca fui boa em matemática, Imaginem as notas das provas que fazia na escola.
Nunca encontrei uma professora de português com a sensibilidade de explicar as diferenças entre as duas línguas. Lembro que em um determinado momento da minha vida eu misturava os dois.  Uma baita confusão de v com b, lh com ll, ñ com nh, etc.
 Em espanhol não existe: ç , ss , acento circunflexo, nem crase, o til só é usado em cima do n, formando o ñ, que tem o som do nh em português.
Havia também as palavras heterogenéricas, heterotônicas, os falsos cognatos, a pontuação e a acentuação.
Eu era só uma criança estrangeira! Não conseguia entender e muito menos decorar tantas informaçôes.
Lembro-me de uma professora em especial, que ao corrigir minhas redações sempre fazia alguma anotação perversa e debochada no cabeçalho. As notas e as observações eram feitas para todos os alunos, podiam ser ótimas, boas, ruins ou péssimas e lidas em voz alta para que toda a turma ouvisse. A mim sempre cabiam às péssimas e com isso me tornei o alvo favorito da turma, motivo de chacota e deboche.
Não tenho a mínima ideia de quantas vezes me retirei da sala em prantos. Quanta vergonha, humilhação e sofrimento, esta senhora me fez sentir.
Fiquei traumatizada, passei a não gostar de escrever e quando era obrigada a fazê-lo, era o mais sucinta possível. As notas continuavam ruins, além dos erros, também era castigada por escrever resumidamente.
Que fique bem claro, que não estou me fazendo de vítima, nem justificando o meu português ruim.
O fato é que só agora percebo de onde vinha a minha insegurança na hora de escrever. Finalmente superei esse problema e hoje simplesmente escrevo. Procuro não errar, é claro, mas acredito que o importante é o que tento transmitir, o conteúdo, a mensagem, a intenção de alertar e ajudar.
Por que tanto,bla,bla,bla?  Estou dando um exemplo real que espero que sirva para professores e principalmente para os alunos.
Temos nossas preferências por determinadas áreas do ensino, facilidade em outras e dificuldade em algumas.
 Existem também os nossos professores preferidos e os não tão admirados.
 Não tenha medo de errar, às vezes aprendemos mais com nossos erros do que com nossos acertos.
Pergunte, questione, seja participante e não um mero espectador do seu processo de aprendizagem.
Educando, não se deixe intimidar, não acredite em tudo o que dizem, seja quem for.
Use a sua capacidade de discernimento para enxergar o que é verdade e o resto joga na lixeira mais próxima.
Preserve sua autoestima, o seu amor próprio, e acredite acima de tudo que você é capaz.
Creia nos seus sonhos, nunca deixe que uma dificuldade no caminho o faça desistir.
Seja guerreiro, lute, não desista nunca e corra atrás dos seus objetivos.
Supere as adversidades e nada de negativismo.

Acredite sempre! Você pode tudo, você sempre pode mais.

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