domingo, 13 de maio de 2012

Transformação


Transformação

Sinto que tenho que estar como a rosa do Pequeno Príncipe envolta em uma cúpula de vidro, em um pequeno mundo, em que não existam tragédias, violência de qualquer tipo, roubos, falcatruas, covardia, preconceitos, falta de ética, em fim, coisas ruins de qualquer tipo.

Meu cérebro e, por conseguinte meu corpo, que absorvem tudo, tem o poder de transformar o negativo, a indignação, em depressão e dores.

Estando em crise, uma simples brisa machuca minha pele, as gotas de água que caem do chuveiro parecem agulhadas pontiagudas espetando-me por onde tocam. Os tecidos das roupas que uso tem que ser hipermacios, não uso qualquer tipo de calçados, calças, calcinhas, etc.

Além do já citado acima, tenho como consequência incalculáveis limitações corporais, difíceis de aceitar e superar.

 Medo e pânico de relações interpessoais também fazem parte. Geralmente me relaciono com as pessoas, por meios virtuais ou telefônicos.

As pessoas próximas que eu amo não me trazem problemas, ao contrário, nelas encontro meu porto seguro.

O bom é que a minha maneira de amar também mudou, é mais intensa e verdadeira. Estou mais sensível, porém mais vulnerável. Isso é bom? Depende.

Tento sorrir, ser otimista, como faço agora, isso sim me faz bem, alivia as dores do corpo e da alma.

A fibromialgia é uma doença covarde com objetivo de te fazer “forte”, quer você queira ou não.

Nada de sentimentalismos, tenho que me perguntar o tempo todo: O problema é meu? Em caso de resposta negativa, então a medida a tomar é radical, apertar o botão de “foda-se” e que se dane o avião que eu não sou o piloto.

Difícil! Muito difícil tornar-me uma estátua perante os fatos que acontecem no cotidiano do planeta, mas tenho que conseguir, ou minha vida e a dos que me cercam se transformará em um inferno; eu repleta de dores, muitas vezes insuportáveis e meus seres amados sofrendo comigo sem poder fazer nada. Isso não é justo!

Não sou responsável pelas inconsequências dos outros, então egoisticamente falando: Amo-te planetinha, mas só posso fazer a minha parte e obedecer ao meu instinto de sobrevivência.

Boa sorte e aquele abraço!

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