Transformação
Sinto que tenho que
estar como a rosa do Pequeno Príncipe envolta em uma cúpula de vidro, em um pequeno
mundo, em que não existam tragédias, violência de qualquer tipo, roubos,
falcatruas, covardia, preconceitos, falta de ética, em fim, coisas ruins de
qualquer tipo.
Meu cérebro e, por
conseguinte meu corpo, que absorvem tudo, tem o poder de transformar o negativo,
a indignação, em depressão e dores.
Estando em crise, uma
simples brisa machuca minha pele, as gotas de água que caem do chuveiro parecem
agulhadas pontiagudas espetando-me por onde tocam. Os tecidos das roupas que
uso tem que ser hipermacios, não uso qualquer tipo de calçados, calças, calcinhas,
etc.
Além do já citado
acima, tenho como consequência incalculáveis limitações corporais, difíceis de aceitar
e superar.
Medo e pânico de relações interpessoais também
fazem parte. Geralmente me relaciono com as pessoas, por meios virtuais ou
telefônicos.
As pessoas próximas que
eu amo não me trazem problemas, ao contrário, nelas encontro meu porto seguro.
O bom é que a minha
maneira de amar também mudou, é mais intensa e verdadeira. Estou mais sensível,
porém mais vulnerável. Isso é bom? Depende.
Tento sorrir, ser
otimista, como faço agora, isso sim me faz bem, alivia as dores do corpo e da
alma.
A fibromialgia é uma
doença covarde com objetivo de te fazer “forte”, quer você queira ou não.
Nada de
sentimentalismos, tenho que me perguntar o tempo todo: O problema é meu? Em
caso de resposta negativa, então a medida a tomar é radical, apertar o botão de
“foda-se” e que se dane o avião que eu não sou o piloto.
Difícil! Muito
difícil tornar-me uma estátua perante os fatos que acontecem no cotidiano do planeta,
mas tenho que conseguir, ou minha vida e a dos que me cercam se transformará em
um inferno; eu repleta de dores, muitas vezes insuportáveis e meus seres amados
sofrendo comigo sem poder fazer nada. Isso não é justo!
Não sou responsável pelas
inconsequências dos outros, então egoisticamente falando: Amo-te planetinha, mas
só posso fazer a minha parte e obedecer ao meu instinto de sobrevivência.
Boa sorte e aquele
abraço!
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