Perdão
Estar
doente não significa ser doente. A doença se encontra nas mentes desgovernadas.
Mentes que viajam pela negatividade do passado e pela falta de fé em um futuro
melhor.
Passado
marcante, incomum e irremediavelmente imutável; a palavra em si já o diz,
passou.
Perdoar
é preciso!
O
tempo é implacável não para nem volta.
Os
erros cometidos não têm perdão.
O
que não tem remédio, remediado está.
Lembranças
ruins se acumulam e não encontro solução.
Como:
Perdoar
a mim, a ti, a ele, a nós e a eles?
Apagar
os traumas do passado?
Recomeçar,
entrar em um jogo onde haja igualdade, sem vitoriosos nem derrotados? Sem
placar, só pelo prazer de jogar.
Encontrar
a lealdade e a confiança.
Vem-me
a mente que o primeiro passo é perdoando.
O
que é perdoar?
Quando
perdoamos, os responsáveis por acontecimentos negativos do passado são
esquecidos? E os fatos onde ficam?
Então
não sei perdoar. Não consigo esquecer meus algozes e se cutuco as velhas
cicatrizes, elas se abrem e voltam a sangrar.
O
que é o perdão?
Quando
perdoamos alguém, ao lembrar-nos do fato ele não dói mais?
Não
sei perdoar. A mais vaga lembrança pode me fazer chorar.
Como
se faz para perdoar?
Nenhuma
religião, nem ninguém me respondeu esta pergunta.
Como
abandonar os fardos?
Também
não sei. Quando algum motivo externo acende a chama da lembrança, ela vem à
tona com uma riqueza de detalhes, de minúcias que chega a ser sórdido e
grotesco. Tudo é tão intenso que pula o passado e se torna presente. As falas,
a expressão no rosto das pessoas, as minhas dores, tudo é real.
Os
fardos se acumulam com o passar do tempo e é impossível carregá-los.
Os
diagnósticos para minha doença mental: psicopata, neurótica, emotiva descontrolada
e masoquista. Pergunto-me o que acontece se juntarmos os quatro? Não
descartando que também existe a probabilidade de que alguém adicione um quinto
ou um sexto diagnostico, por que não?
Estou
cansada de diagnósticos e de diagnosticadores.
As
causas e os efeitos colaterais eu já os conheço de cor: depressão, dores no
corpo e na alma, vontade de morrer ou de matar, dependendo do dia.
Não
me importa o nome da doença, eu quero a acura.
Quem
perdoa é Deus e quem remexe nas coisas ruins do passado é idiota.
Qual
é o nome que se dá a:
Quem
tem as perguntas e as respostas, mas não sabe aplicá-las?
Quem
não é pratico e objetivo em suas ações?
Alguém
pode me responder por que sou tão tosca e cruel comigo?
Poderiam
ser os erros cometidos no passado ou quiçá em outras vidas?
Quer
saber uma coisa? Viver assim dói demais e degenera as células.
Quero
apertar um botão e deletar o passado, dedicar-me só ao presente.
Quer
saber de outra coisa? Que se dane o avião que eu não sou o piloto!
Não! Nem isso eu posso fazer, lamentavelmente
sou a aeronave e tenho que pilotá-la até o destino final.
Apertar
o botão de foda-se? Já tentei, mas sinto que a mira está apontada para mim.
Alguém
poderia me dar uma sugestão cabível, que resolvesse as minhas carências e
problemas existenciais?
Ei
você aí que tem a resposta: publique-a em outdoors, revistas, jornais, faça com
que circule pela internet e grite-a bem alto para que todos ouçam.
Estou
certa de que desajustados como eu, existem aos milhares e precisam dessa
resposta sem demora, neste momento, agora, já.
Viviana Moreira
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