terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Frio


Frio

Venta e está frio, fecho as janelas, quero minimizar a dor e o sofrimento.

 O vento gelado entra cantando furtivamente pelas frestas.

 O frio está por toda parte, ele me ataca desde o chão, paredes e tetos. Não há como fugir, ambos penetram em meu corpo frágil e indefeso.

Agasalho-me mais, porém meu corpo continua frio e doendo.

Ouço uma cigarra cantando lá fora, vejo o Sol através dos vidros da janela. Como pode ser? Não entendo algo tão contraditório. Agora só falta uma chuva de verão, um arco-íris para completar a sinfonia de acordes tão modernos e destoantes.

O planeta está diferente, muda continuamente com uma velocidade incrível.

Tenho certeza que a Terra é implacável, ninguém pode prever e muito menos controlar as respostas que ela impõe.

Quatro estações definidas? Não mais.

 Um dia têm 24 horas? Não creio.

Há um mundo lindo lá fora? Fora? Fora de que? Fora de onde?

Há coisas lindas lá fora? Sim e muitas é só saber procurar.

O frio é paralisante e se apropria do meu ser. Ele quer que eu o sinta e só a ele. Egoísta, dominador e ignorante, ele não me deixa pensar nem refletir. Quer-me inteira.

Tudo vai perdendo a força, o vigor, integridade e a sanidade.

Quero sair e ficar exposta ao Sol, meu corpo precisa do seu calor da sua luz. Mas que nada, ouço o vento cantar e sinto o frio na carne.

Miragem! Oasis! Aparência!

Esta é a palavra chave: aparência. Vivemos de aparências e quando vamos tocá-las elas se dissolvem no ar, simplesmente desintegram.

Lá fora aparentemente faz calor, uma cigarra canta, há Sol.  Meras ilusões de verão faz frio no país tropical.

Usemos estas referencias e façamos paralelos com outras passagens da vida, veremos que muitas vezes nos enganamos com as aparências e que sofremos com a ilusão. Fazer os paralelos dá muito trabalho, temos que pensar. A esta altura dos acontecimentos de que me vale pensar?

Procuro manter meus olhos abertos, luto contra o frio. Quero colo ou algo aconchegante que me aqueça.

Estou cansada de lutar, vitória para o frio eu vou hibernar.

                                                                                Viviana Moreira

2 comentários:

  1. Que alma poética, amiga querida!
    Prosa-poesia ou seria poesia-prosa?
    Ainda não pude ler todas as postagens, mas estou adorando, pois você escreve de uma forma que nos coloca em contato com seus pensamentos, como se uma janela se abrisse para ler um pouco de sua alma, de suas reflexões...
    Uma pequena sugestão: por que não reúne suas criações em um livro?
    Aqui já tem uma leitora que irá querer autógrafo e dedicatória!
    Continue desvendando espaços e trazendo cor e movimento às leituras publicadas aqui...
    Saludos...

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  2. Engraçado, mas me faltam palavras para responder-te.
    Acredito que Deus sabe tudo, inclusive o porque de você estar em meu coração, apesar de termos convivido por tão pouco tempo. Sempre vi luz em seu coração.
    Besos de tu amiga.

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